domingo, 17 de abril de 2011

Proposta de Trabalho nº 2: PRODUTO FINAL

Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio, pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis


Nesta composição tentamos representar os elementos presentes no excerto. Assim, podemos identificar facilmente na nossa composição uma memória suave, com um olhar que expressa tristeza através da lágrima que acaba num rio que é, simbolicamente, o caminho da vida. Tal como um rio, a vida corre e passa. As flores que o sujeito poético diz que estão no regaço da amada, representamos no olho para dar a sensação de memória. Utilizamos vários tons de azul para o rio.



Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa em coisa,
Que põem letreiros nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!

Alberto Caeiro


Nesta composição quisemos transmitir o amor à natureza característico de Alberto Caeiro através da simplicidade e dos elementos: árvore e terra. Como o sujeito poético critica o facto de o ser humano pôr sempre tudo em ordem, nós fizemos o oposto com o excerto, colocando na ordem inversa daquilo que seria esperado. No entanto, como o ser humano e o próprio sujeito poético são contraditórios, nós representamos essa contradição ao representar a terra com "linhas" rectas.
Toda a composição é pura e simples como o autor. A própria árvore resultou de um traço instintivo que decidimos manter por termos ficado felizes com o resultado e acharmos que se identifica na perfeição com o excerto.




Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria.

Álvaro de Campos


Na composição de Álvaro de Campos, em contraste com a dos outros heterónimos, já não representamos calma e simplicidade mas sim excitação e fúria típicas do sujeito poético. As rodas e as engrenagens representam o amor às máquinas que é transmitido no excerto. Decidimos pôr todos os "R"s da composição a vermelho para realçar o som das máquinas (r-r-r-r-r-r-r) e a própria fúria do autor. Mesmo o tipo e o tamanho da letra reflecte este espasmo do autor


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